domingo, 22 de março de 2009

Vergeblich

~Dia 2~
-Meu irmão, sem noção. Eu tô com uma porra dum cheiro forte nos dedos... você que andava reclamando disso há algum tempo... me diz o que fazer.
-Não tem o que fazer. Pegou o cheiro, já era. Gruda e não sai mais.
-Caralho, como você fez?
-Me acostumei. É isso. Não tem como desfazer.
-Poha, você é um bosta dum conformista mesmo. Vou ligar pra outra, aposto que ela vai me dar um raio de sol *bate o telefone*.
*liga*
Heey! Cara, tô com um problema sério: peguei um cheiro insuportável na ponta dos dedos...
-É só parar de usar que resolve.
-Mas eu não uso nada! Sou usado, isso sim.
-Você realmente se acha importante demais, né? Vai se foder *bate o telefone*
-Eu hein, no que ela anda pensando? *disca*
Tá difícil. Lembra do cheiro que você disse que ia pegar nos meus dedos? Pois é, tá insuportável. Não tem como voltar?
-Moleque... eu te avisei que isso ia acontecer. *desliga*

~Dia 5~
-Não, não, não. Eu já disse que eu não quero fazer isso! Sou viciado. É um vício masoquista e sádico que não é.
-Isso não existe, cara.
-Exatamente! Esse é o grande problema, entendeu?
-Você só pode estar me zoando...*desliga*
-Caralho, me escuta! Eu mereço ser escutado, merda. Não desligue assim... se ninguém me escutar o vício piora... vai continuar até alguém dar alguma atenção. É exatamente isso que ele não quer... quero tirar esse cheiro que não cansa...
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Que tal a sensação de incompleto?
Espero que tenham detestado.

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