domingo, 21 de novembro de 2010

Um - 4

O conhecido: (talvez nem lembre como soube que você existe, mas te olha nos olhos, afirma com a cabeça e talvez até diga uma onomatopéia. Se estiver sem rumo, tenta uma breve conversa)

Um - 3

O macho no bar: Well I propose a toast! To my self-control!

sábado, 20 de novembro de 2010

Um - 2

O amante de vanguarda: Agora consigo olhar nos teus olhos e dizer que te amo, sem questionar se é verdade... a posteriori...

Um - 1

O príncipe antropófago: Estou pela noite e vejo nos rostos minha imagem estampada. Tento parecer e pensar ser superior a todos eles - e consigo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Edelweiss

Futuro mais próximo de peso
se for branco como Edelweiss
tem que ser pago com paciência
e de nobre só o nome
-trabalho árduo.

Flor do inverno me cospe nos pés mas não paro de regar
agora me escarra amanhã me abraça;
se não for a flor que sejam frutos incógnitos
se não forem frutos que seja a estética.
Quanto menos recebe mais bonito é o jardim.

domingo, 17 de outubro de 2010

O fim da cidade

A ausência que me acrescenta
a exploração da expressão livre
Reconheço como crime inafiançável que ficará marcado
pelas manchas de arrependimento tão falso quanto a falsidade da qual me arrependo
por mais que cometa então a amoralidade mais deplorável
de tentar julgar pelo que pode ser julgado
o indiretamente pessoal.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Alexandra

É difícil,
pensar em amar em
-um caixote de concreto
requer muito esforço porque
acreditar que se acredita
corroe a noção de desrealidade
-de hombridade
incentiva o esquecer
do "previamente" importante
no lembrar.

Onde está a solidão do amor
está a individualidade do ser
moderno ou contra
o estar só em um espaço de todos
e de ninguém
tomado por uma força que
se renega
tomando o estar
dionisando a presença
do bizarro como salvação.

Alexandre descobriu por acaso
-pra não dizer por sorte
o soneto dos paga-pau
mais uma gíria moderna
por uma noção moderna
de uma nação moderna
de uma noção moderna
de uma nação moderna
de instintos modernos
que roma já pregava
antes da previsão nietzscheana
de modernidade
de um homem moderno.

Onde estará o amor quando os caminhões
-caminhos grandes da derrota
só circulam enquanto dormem
os progenitores de toda a crítica
do fim previsto
por eles mesmos?

Onde estará o fim da honra
das mães deles próprios
em um mundo de conformes
numa relação deles próprios?

E quando os que dizem
serem fortes
forem tomados por medo
enquanto isso
jamais derrotaremos o nêmesis
de nossa própria derrota
-o nosso próprio amor.

Duílio Lamas Varella


E resta,
o espaço em
branco.
Tac tac tac
-São Paulo.

Decair 2

Hoje um senhor me disse;
que eu conversava com ele mais-que-à-altura.
Me fez sentir um amaldiçoado.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Decair

Tudo que me cabe é o perecer
como será assim como todos e como eu
quem não morre de inveja morrendo de inveja
de quem não sabe que morre
enquanto tudo que não sou
nos dita a frase
o que será não será
e mesmo assim retardados como eu
vocês continuam lendo
pensando que leram
ignorando o próprio suicídio
enquanto admitir a própria derrota
torna-se exigência de todos fracos
compondo mais uma lista
de frases.
curtas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Decadência

Em toda minha momentânea ausência ainda percebo
esta toda morte minha momentânea e ainda
vivo em pensar nos motivos de minhas faltas.
Pode ser o crime este
amar, viver, perecer; pensar
mas digo que por aí realmente fui
e não poderia ser se não assim.
Não eu.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sem descrição

Me faltam as forças de companhia ou estética
para atravessar o pântano e cortar a linha
cair no lodo, descer à máxima
alimentar ao peito o fim da satisfação

E quando for-me gritado o limite uniforme estaremos todos satisfeitos em quebrá-lo, sem idéia do que tiverem a falar.
Sem desculpas será o FIM.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quimera

Em uma de suas viagens, Mie encontrou abrigo em uma árvore modesta.

Entre os galhos finos da copa nada frondosa já moravam um macaco cego e um morcego hematófago.

O morcego não tinha asas; não saia da proteção da árvore por medo e não sugava a seiva por esta na árvore não ser mais abundante que o necessário pra manter as folhas. Sobrava ao macaco que, pela relação parasítica pseudo-simbiótica, envelheceu fraco e doente.

Mas o vampiro não se satisfazia.

O preço pela estadia era periódicas doações de sangue ao morcego- o que no início não era um problema; Mie gostava da localização da árvore e, embora fosse uma majestosa águia, sempre escondia as garras e fingia ser pardal para que não recebesse mais cobrança. De qualquer modo, em pouco tempo continuaria sua viagem.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Leben

Die Gewissheit; gnadenlos
Die Unklarheit; ein Schatten
Das Licht, ein Leben
Ein Schatten - sanfte Hoffnung.

Viver

A certeza; impiedosa
A incerteza; uma sombra
A luz; uma vida
Uma sombra- gentil esperança.

terça-feira, 23 de março de 2010

A Ponte

Já basta
pretender e atuar
Onde foi?
Deixe em paz
não vamos fingir que perdemos liberdade
Menos mentira, menos mentira
Vou tirar a máscara
não tente impedir - não resista
Atenção! Anteção!
É perigoso, mas vamos fazer com mãos dadas
Se não puder saber, acredite
Vamos tirar a máscara
relaxe, com calma, sem pressa
Deixe o espírito abraçar o animal
não resista, abra a jaula
Aproveite a transição
Menos mentira, menos tempo
É perigoso- vamos fazer de mãos dadas
mais homem, menos homem
Vamos atravessar a ponte
Cuidado, não flutue!
sinta com os pés a pedra e o barro
não olhe só pra frente
Pare! Não faça tudo como digo
tire a mão do meu ombro
você não precisa de bengala
Não vamos fingir que não somos livres
Vamos tirar a máscara agora
Volte! Volte! Vamos fazer denovo
Menos tempo, mais homem
não resista, abra a jaula
Pode ir antes, sem medo
vou ficar um pouco mais por aqui
aproveitando a transição
Pode ir antes, sem medo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mudanças?

Hoje acordei e fiz café pra familia toda, sem falta ou sobra, na medida certa que meu olho meiofechado de recémacordado arrotou.
Depois fiz outras coisas.
Então mais algo.
E é, eu realmente me interesso por detalhar meu dia pra quem lê.

E tive a idéia; "por que não mudo o nome do meu blog pra Desmodernidade?"
E foi assim, em "Sonntag, 14. Februar 2010 - 11:05", como mostra o relógio.

Perioden und Paradoxe - 2


Was tun, wenn man aufwacht und nur eine moderne Gesellschaft für das Frühstück findet?
Den Mantel tragen und das Haus mit Hunger verlassen, ohne einen Zeichenblock zu vergessen.

Duílio L. Varella

Dillemmehr

Wenn man sehr stark auf irgendetwas hofft, im bestimmten Moment nicht zu finden schmerzt -bereits- nicht mehr.
Wenn man immer mehr glaubt, ist es sicher, dass ein Tag die Enttäuschung kommen wird.

-Aber es wird sich immer lohnen anzuhalten und diejenigen zu bewundern, die in sich selbst Winter schützen und trotzdem Sommer ausbreiten, wohin sie gehen.-

Duílio L. Varella

Selbstmord


- Ich bin von allem müde,
Sagte der Fisch
Und legte sich ins Netz.

Tito de Andréa