segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quimera

Em uma de suas viagens, Mie encontrou abrigo em uma árvore modesta.

Entre os galhos finos da copa nada frondosa já moravam um macaco cego e um morcego hematófago.

O morcego não tinha asas; não saia da proteção da árvore por medo e não sugava a seiva por esta na árvore não ser mais abundante que o necessário pra manter as folhas. Sobrava ao macaco que, pela relação parasítica pseudo-simbiótica, envelheceu fraco e doente.

Mas o vampiro não se satisfazia.

O preço pela estadia era periódicas doações de sangue ao morcego- o que no início não era um problema; Mie gostava da localização da árvore e, embora fosse uma majestosa águia, sempre escondia as garras e fingia ser pardal para que não recebesse mais cobrança. De qualquer modo, em pouco tempo continuaria sua viagem.