sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mandamentos

Na escola me ensinaram a usar o parágrafo para separar duas idéias, a vírgula quando bem pensasse necessário, que o acento não faz sentido e a fazer sexo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fragmentos de observação [contínuo]

Quando Mie percebeu, sentava confortavelmente e, à sua frente, encontrava razoavelmente grande mesa retangular de vidro fosco. Sobre a mesa percebeu vários objetos interessantes que pareciam dignos de importância. Precisamente, uma pilha de papéis amarelados, duas canetas pretas cuja tinta seria provavelmente azul, uma pasta de capa bege que deveria ser um álbum de fotografias ou uma coleção de selos, um livreto com uma cruz dourada na capa, um copo de vidro com agua até a metade, um recipiente de madeira envernizada com vários lápis afiados e sem sinal de uso, um pequeno troféu prateado em forma de estrela com nenhuma identificação clara e uma miniatura de plástico em forma de menino sorridente com cabelo encaracolado. "São mesmo cabelos de anjo, não acha?", disse voz de mulher que aparentava trinta-e-cinco anos mas não podia ter menos que quarenta. Ao lado da mulher, também em pé com postura impecável, um homem que aparentava ser quinze ou vinte anos mais velho observava. Os dois pareciam felizes por terem atraído a atenção de Mie que, por rapidamente perder o interesse em análises literárias, já desviava os olhos do canto da sala pequena e sem janelas onde se encontravam e via, logo à sua frente, porta grande de ferro com fechadura que parecia absurdamente forte. Voltou-se então para a mesa e, por pura e obviamente infantil curiosidade, resolveu abrir o livro-com-a-cruz-dourada-na-capa. Estendeu a mão mas, antes que pudesse tocar o livro, a mulher havia lhe forçado a receber uma das canetas pretas, pego um dos papéis amarelados e colocado-o à sua frente, apontado para uma das linhas e dito "assine aqui, por favor". Assinou e, desta vez mais veloz, tentou agarrar o livro com a mão vazia. A mulher foi ainda mais rápida, entregou-lhe a outra caneta e disse que "não ficou boa. Tente denovo com a outra mão. Muitas pessoas passam pelo mesmo tipo de problema até aprenderem a escrever como devem". Sem escolha, repetiu a assinatura sem perceber sinal de diferença (não provocando mudança qualquer na outra que, precavida, não tirava os olhos do livro), largou as duas canetas-de-tinta-azul e tentou mais uma vez, tendo por obstáculo um tapa insano nas mãos que, ao invés de detê-lo, incentivou tanta indginação que, por impulso doentio, agarrou a capa preta e atirou tudo ao chão, desmanchando como areia seca. O movimento provocou animal fúria em seus observadores que, antes de qualquer reflexão, começaram a lançar insultos agressivos de entendimento impossível entre si. Começaram então um ritual animalesco que durou mais tempo do que se ousa contar, levando Mie a atravessar a mesa com sede-e-desespero e tentar derrubar a porta de ferro com um único golpe. Assim caiu a porta, mais falsa do que poderia prever e mais leve que imaginar.

A Viajem

Dia quinze de Agosto (em três dias) subo em um avião com destino a Frankfurt, com volta prevista pra não menos que um ano.
Dia quinze de Agosto de 1969(40 anos passados), começou o festival de Woodstock.
Coincidência bizarra ou sinal psicodélico?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Privilégio o meu ovo

Eterno-entende-agora

Abre

Psychofuck Generation

Camisa de força e marijuana
hoje eu não sei quem vou encontrar na cama
Madre Tereza abre e deixa eu entrar
tô com uma vontade louca de cagar

Me recomendaram um psiquiatra maldito
Só foram três sessões e tô pedindo pinico
Freud não explica, mas eu quero morrer
Sade diz que eu devo sofrer

Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata

Problemas mentais, modernidade líquida
Parece que no fim tudo fica
Como disse Marx, antes de pensar
Tudo que é sólido se desmancha no bar

Jesus encontrou Hitler no inferno
Jogando uno na mesa de um boteco
Lennin, Stalin e o Fofão
Amigos do peito, baralho na mão

Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata

Deixam pra gente essa merda perdida
Eu não quero mais ganhar a vida
É que eu não vou passar meu futuro
De porta em porta vendendo seguro

O futuro que deixaram não vale nada
- Santo Antonio no vão da escada
Colocando de quatro aquela sua velha tia
Ou você pensava que ela nunca daria?

Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata
Kafka virou uma barata

Buda, Krisha e Pinochet
Morre e renasce pra gente ver
Eu aqui não me importo com mais nada
Mando Deus e o Diabo pruma barca furada

Nietzsche, Judas e Galileu
Gritando "Esse mundo não é meu"
Ninguém vai nos assumir
Eu não fico mais por aqui.

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Por Duílio Lamas Varella e Tito de Andréa
Bateria por Aldo Machado

domingo, 2 de agosto de 2009

Socixtir

Vida por vida em um momento de alegria
simplesmente se faria
segurando a arma e que se escolha o brinquedo
-a rima é sua pra comandar
a rima é sua pra temer
a rima é o seu medo
a rima é-
fazendo-se de pó em escola e de mata em fonte
-verde- tempo
de ser só ser só
só ser.