sábado, 31 de janeiro de 2009

Foda-se

Essa meia-noite estúpida e sem fim
que me faz querer escarrar nesse folheto rosa de casa-de-vadiagem:
o coloquei sem querer em minha carteira
junto com o troco do bar sujo e vagabundo
que acabei de sair
e pretendo voltar, logo.

Talvez amanhã...
Mas todos esses amanhãs são tão certos quanto a ressaca que terei quando acordar
até dormir denovo
e acordar denovo, no mesmo e infeliz jeito de ser.

E isso me deixa
possesso
por uma vontade insuportável de foder essa puta fétida que chamamos vida
sem preservativos
e depois tocar um Foda-se
em meu violão de cordas velhas e frágeis
debaixo dessa meia-lua negra que você chama sol
e eu chamo só
só pra ver morrer denovo
e rir dessa merda toda
pomposa
e vazia.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Tomada 1!

Quando ele se econtra
caminhando por uma estrada sem fim
que não é rua nem avenida
e as brasas continuam queimando seus pés
por mais rápido que ande
virá a mais profunda frustração
pois jamais haverão escadadas
a venda
nessa loja de incoveniencia.

Mas ele não desiste
pois, por mais sem fim que seja o inferno
é passando por ele que se chega ao paraíso.

E haverá nesse céu
o fim?

E haverá para essa terra prometida
um fim?
Triste ou infeliz
Em uma história de promessas
cujos múltiplos finais são sempre um
diferente
o protagonista não é o mocinho nem o bandido
pois ele continua
matando por algo tão incerto quanto a própria morte
salvando por algo tão in-certo quanto a própria dor.

Ação!
Isso não é um filme
alternativo.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Weak

My nachsart,

Death knocks at my door as I write you
this blue letter.

If you don't see any blue, look with more atention
cause the rat hole is in the most fragile and simple wall
and it goes deep
not straight at all
to the surface
where even the sky is blue.

The audacious enemie moved next door
before I got here.

But only now I can hear it crying
the screams where only whispers for me.

I'm afraid I cannot continue here much longer
but I'm the new captain
the old one is dead
so I might as well die with the boat.

With fear,
your weak explorer.

What for you is impossible, for me is oportunity

My honey,
little by little
I'm making what I promised.

I just hope that it won't hurt the structure
and make it fall
with you inside.
First, you have to get out.

But I'll problably die when it happens:

The more I work on this old house

the more I enjoy it

I'm killed little by little.

With truth,
your mad decorator.

Almost Defeated

One more time I write
a letter
just a letter
nothing more.

One more time I escaped
almost alive
from this deadly experience
of writing you.

It's getting more and more dangerous
but he can't touch me
cause I discovered that what imprision my mind
is the image you see.

Knowing about the danger
only makes me continue
cause I entered a road with no going back
the ground is falling under my feet.

And I get more and more excited
about entering this old fashioned house
were the doors can only be locked
opened.

Don't worry,
I know what I'm doing.
I'll make it a better new place for us to live.

Cause he can't touch me.

With sin,
your dead Mie

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

My Lost Will

My dear,
I'm writing for what I hope to be the last time,
my last will,
to tell that I'm tired
of fighting for you
with no hope
and no answer.

I know your mighty protector
your father
your god
will kill me when he finds out about what we've been doing
our dirty realationship.

But, no
I don't fear death.
Cause fears
like tears
stream from our eyes
and roll our faces
just to let a salty taste on our mouths
hit the ground with a sound no one's ever gonna hear
and become one with the gray clouds.

But please, don't cry for me
cause even if I didn't chose that destiny
I'm glad to be hurt and see
though I'd be happy if my pain eased yours.

You, my Venus
the only one I really loved
the most sad
uncertain
and beatyfull
in the whole world we made.

And, when the rain starts
get my black funeral's umbrella
and my blue glasses
'cause they're the only part of me that will be left
when I go right
straight to the end of the line
where it all begins.

With love,
Your behated Mie

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Pergunta! Vai!

Aparece em uma banheira de sangue e´ódio
e nela insiste em se afogar.

[Porque será?]
Nunca conseguiu aprender a nadar.

[Por quê?]
Não quer flutuar.

Briga pelo que inventou
ser certo
ser-humano

odassap
etneserp
orutuf
um.
são
Todos

E nada faz sentido
pois, de acordo com sua definição, sentido só existe um.
Direção existem duas.
Sentido não pode ser moldado, modificado, fabricado
[Não deveria...]

E quem se importa?
[Não...]

Adivinhe a palavra.
começa com ver
termina com dá-de.

Mas não, meu amigo, isso não é poesia
poesia não existe:
eu não a inventei.

Isso também não é mais uma estória triste.
Só há uma história triste.

Mas quando perguntam
o que ele quer
mesmo que não possa ter
ele resiste em admitir.

É dizer adeus que esta estória não é poesia.
É dizer adeus a esta estória que não é poesia.
E disso ninguém escapa, gracias adios.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Pesadoelo

Sempre ter um pesadelo
o mesmo
nos leva a querer pesadeloar
esse ar pesado
elo que não desela
não degela
e continua matando
queimado
e pordeixar cicatriz
que não some
nem cicatriza
continua quebrando
as marteladas.

Eternamente

Essa casca fétida que chamamos existência
nova-mente
apenas para torná-la mais aceitável
Como chamar merda por fezes,
continua sendo merda.
E continua quebrando,
novamente
em cada mo-vi-mento
e nos mata impiedosamente
repetidas vezes.

Se nos foi dada a escolha,
entre ter ou não tato,
por que escolher?

Não
há opção.

nada.

Somos motivo de riso
pois no mesmo instante
que nossos olhos de criança brilham
ao receber o primeiro presente reconhecido
ele é arrancado
e somos condenados a continuar in-existindo

em uma terra dos sonhos,
onde inventamos tudo
para fingir
que temos algo

até mesmo a felicidade,
nossa obra-prima:

Isso não é poesia.
nada.

Um sonho
compartilhado
é um sonho
mais solitário


Mesmo

que continuemos em in-existência
nessa eternamente.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Bicho-gente

O olho do observador sangra
escorre no espelho
por derreter a face iluminada

transforma bronze sujo e-m carvão
e-m vão
remoendo bibliografias dilaceradas
em noites escuras repletas de elefantes
enquanto lá a lua, cheia, brilha amarela
estéril em tom de azul

mas, não
o remorso do caçador relaxa o alvo
mesmo que ele morra
e seus uivos de dor sejam abafados
por um vento que ninguém viu
em um mar agridoce de fogo
na CALADA da noite

o dia nasce e com ele vem o calor
mais
emais
próximo
do in-finito

para derreter
a cera que ainda segura
as facas
e para d-os vazios libert-ar-em
asas branco-escuras de fortes apenas
para poder
sobre-voar
ao lado dos arranha-céus de etra e roma

e deixar de guardar tantos entre-tantos
na dor de todos os santos
escondidos de todos os CANTOS.