quarta-feira, 18 de março de 2009

Investigação

"Meu caro delegado," começou Mie, "admito que os matei. Mas não existem provas! Posso ser condenado por confessar? E se estiver mentindo? Posso ser condenado por mentir? Estão todos mentindo, sobretudo, o tempo todo!", fez uma pausa para respirar, mas a fez pequena demais. "Mesmo que fale nada, por falar nada estarei mentindo. Não sei como esconder algo que não existe. Realmente, há algo assim? Isso não se faria, por si só, surreal?", então, após repetir o mesmo monólogo frio e inumano por incontáveis vezes para o inerte delegado, concluiu: "E isso não passa de uma múltipla mentira surreal... ei! Não!", e o homem que há pouco estava plantado, duro à fronte de Mie, jazia no chão frio da sala-de-jantar. "Fiz denovo. Quando será? meus impulsos assassinos me deixarão alguma compania?", foi até o cadáver duro e salgado e o devorou com calma. "Tenho que cuidar dos monstros de debaixo-de-minha-pele."

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