domingo, 12 de abril de 2009

Cacos de espelhos-ao-chão

Um caiu e tentei pegar:
não há monstro que seja tão hábil,
acabei por derrubar outro sem perceber.
Você recolheu ambos com linda e delicada destreza...
derrubei outro só pra ver denovo,
me arrependi e tentei pegar,
mais um caiu.
Por repetidas vezes você coletou.
Que será que pensou?
Será assim e não haverá
não-lugar-onde-coagule
teu sangue da ferida que causei,
minhas flores brancas cheias de espinhos.

Quando à superfície espelhada mostrar
o fundo tão espelhado quanto,
haverá entre tudo um eterno vazio e
em fim
continuaremos derrubando
tudo que inventamos
em um ciclo de eterna vingança
nas dores de essas todas páscoas
cheias de ovos frescos e mal e ditos
semanas profanas cheias de cacos
não vê-em.
Não crê-em.

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