segunda-feira, 20 de abril de 2009

Apoio em Vento

Por onde começamos?
Por sons de rabiscos
Por fazer caminhos
De quem mal sabe andar
Linhas incertas de alguém-mais-eu

Ah, silêncio, como é grande o medo
de inspirar abismos, me perder no brilho
de quem seduz por não poder amar

Abafa grito, engole luz
Mais que silêncio é o escuro,
não sobra sombra que venha relatar em prantos
distorce o chão e torce a mente-eternamente-
sem mais, nem menos nem nada
(só essa dança cansada)

Ferimos carne-e-coração
Procurando espinhos em que pisar
Dessa pequena morte de nossos dias
acaba paz e, sei lá, nasce vida
nasce essa terna ilusão de que não somos homens,
somos chão.

E, enfim, assassinos do pai
E, mais uma vez, ao lado um desenho
dois, três...
rejeitados.
Tão cruéis nesse terno escuro-silêncio
nasce-mata-morre-cria
nada sobra.
Nem menos, nem nada.
Nem os rabiscos que a noite prometia
Imagens mórbidas de tudo-que-cuspi
não devem ser levadas a sério
Não enquanto mais ou menos nada
Não eterno
Não eu
Não

Não
Não eu
Não eterno
Não enquanto mais ou menos nada
não devem ser levadas a sério
Imagens mórbidas de tudo-que-cuspi
Nem os rabiscos que a noite prometia
Nem menos, nem nada.
nada sobra.
nasce-mata-morre-cria
Tão cruéis nesse terno escuro-silêncio
rejeitados.
dois, três...
E, mais uma vez, ao lado um desenho
E, enfim, assassinos do pai

somos chão.
nasce essa terna ilusão de que não somos homens,
acaba paz e, sei lá, nasce vida
Dessa pequena morte de nossos dias
Procurando espinhos em que pisar
Ferimos carne-e-coração

(só essa dança cansada)
sem mais, nem menos nem nada
distorce o chão e torce a mente-eternamente-
não sobra sombra que venha relatar em prantos
Mais que silêncio é o escuro,
Abafa grito, engole luz

de quem seduz por não poder amar
de inspirar abismos, me perder no brilho
Ah, silêncio, como é grande o medo

Linhas incertas de alguém-mais-eu
Por sons de rabiscos
Por fazer caminhos
De quem mal sabe andar
Por onde começamos?

Um comentário:

  1. Ótima parceria.

    Um poema elegante.

    Adorei principalmente a segunda parte. A parte debaixo desse poema-ampulheta-reflexo-espelho.

    Muito bom.

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